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Tarifas de Trump: Suíços defendem recorrer a Infantino – 07/08/2025 – Mercado


Políticos da Suíça defendem que o país recorra ao presidente da Fifa, Gianni Infantino, para que ele solicite ao presidente dos EUA, Donald Trump, que reveja a taxa de 39% aplicada sobre os produtos do país.

Um membro da câmara alta da Suíça, bem como um ex-embaixador suíço, estão entre aqueles que argumentam que o chefe do futebol mundial poderia ajudar a garantir acesso importante ao republicano, com quem ele tem uma relação de longa data. Alguns líderes empresariais também entraram em contato com Infantino, pedindo sua ajuda, segundo pessoas familiarizadas com o assunto.

Os apelos surgem depois que a presidente da Suíça, Karin Keller-Sutter, e o ministro da Economia, Guy Parmelin, fracassaram em uma última tentativa de evitar a implementação de tarifas de 39%, saindo de Washington de mãos vazias.

Karin e Parmelin se reuniram com Marco Rubio, secretário de Estado dos EUA, nessa quarta-feira (6), mas não anunciaram nenhuma mudança na alta tarifa. A delegação suíça não conseguiu garantir uma reunião com Trump.

Um clamor público sobre negociações tarifárias infrutíferas provocou apelos por estratégias de negociação mais criativas, incluindo recorrer a Infantino, que é natural da cidade suíça de Brig, próxima à fronteira italiana.

Parmelin, um membro importante do partido de direita UDC (União Democrática do Centro), conhece Infantino há muito tempo, e o político foi ministro do esporte de 2016 a 2018, quando Infantino foi eleito presidente da Fifa.

Parmelin discursou no congresso da Fifa em 2021, e os dois se sentaram juntos em uma partida entre Suíça e Sérvia no ano passado. Em uma postagem no Instagram, Infantino afirmou que foi “um prazer rever” Parmelin e o chamou de “um grande apoiador do nosso belo jogo”.

Em janeiro, Infantino compareceu à posse de Trump e os dois voltaram a se encontraram na final da Copa do Mundo de Clubes, vencida pelo Chelsea em 13 de julho.

O conselheiro nacional Roland Rino Büchel, também membro da UDC, estava entre os que argumentavam que o presidente da Fifa poderia atuar como um canal informal para chegar ao presidente dos EUA. Trump já se referiu a Infantino como “um amigo meu”, “um vencedor” e “um cara excelente”.

“Definitivamente é hora de trazer Gianni Infantino agora, sem mais demora, para ajudar a abrir portas. Se Parmelin pegasse o telefone e pedisse ajuda a Infantino, eu imagino que ele o faria”, disse Büchel, que conhece ambos pessoalmente.

Büchel apontou para as recentes aparições de Infantino ao lado de Trump, como na final da Copa do Mundo de Clubes e na visita à Trump Tower em 7 de julho para inaugurar um novo escritório da Fifa. Os EUA serão coanfitriões da Copa do Mundo de 2026, ao lado de Canadá e México.

“A situação é ruim. Precisamos de ideias melhores para o bem do país e dos milhares de empregos que serão afetados se não conseguirmos um acordo melhor. Infantino é a melhor pessoa para talvez garantir uma reunião”, avaliou Büchel.

Thomas Borer, ex-diplomata suíço, também disse esta semana na imprensa suíça que recorrer a Infantino “não é uma má ideia” para chegar ao presidente dos EUA.

O ministério da Economia e a Fifa recusaram-se a comentar.

A Suíça realizou várias rodadas de conversas com o representante comercial de Trump, Jamieson Greer, e o secretário do Tesouro, Scott Bessent, e o governo europeu acreditava que um acordo provisório para uma taxa de cerca de 10% havia sido alcançado. Mas Trump, em vez disso, concentrou-se no déficit comercial de US$ 39 bilhões dos EUA com a Suíça em uma ligação com Keller-Sutter na semana passada.

A imprensa local criticou a forma como a presidente lidou com a situação. Trump disse à CNBC esta semana que “a mulher foi simpática, mas [a presidente suíça] não quis ouvir” suas reclamações sobre o desequilíbrio comercial.

Nesta quinta, o governo realizou uma reunião urgente do Conselho Federal e a presidente afirmou que manterá negociações com os EUA. “Para os setores afetados, empresas e seus funcionários, essa é uma situação extraordinariamente difícil”, avaliou Keller-Sutter.



Fonte: Uol

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